quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Medo

Parte do que incomoda é a alegria
O intenso sentimento me assusta
No caminho não controlo meu passo
O que é certo faz da minha vida injusta

O tesouro que procurei no passado
No presente o achado me sufoca
A paz é uma semente momentânea
O fruto é o resultado que me assola

Na prece hoje ancoro a minha certeza
No bom amigo eu busco meu conselho
Da fé hoje eu sou um protegido
A feliz dúvida hoje vejo no espelho

A cada passo o futuro é mais certo
A cada dia a contagem regride
Em todo encontro a ilusão me devora
Em minha mente o alerta insiste

A verdade a cada instante é nova
A previsão tem sempre um novo lado
Os riscos se multiplicam e me dividem
Um passo em falso me aprisiona ao passado

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O lamento de um velho boêmio


Cheguei ao ponto quase final
De uma vida que pensei não ter fim
Entre desilusões e ilusões a vida passa
E só o que eu não fiz deixou marcas em mim

As noites sempre eternas
O Futuro era um pensamento desprezível
As manhãs tão reais e sempre ingratas
No espelho um reflexo invisível

As distrações sobrepunham o questionário
A reflexão era furtada por um novo convite
A velha máscara mais uma vez se encaixava
A fantasia em meu ser não desiste

Os velhos conselhos maternos
No perfume da primeira morena se perdia
Um amor que consiste em verdade
Na boca de mais uma diversão se esquecia

Hoje me glorio das histórias passadas
Pra alguém que me empresta a atenção
Hoje as manhãs de realidade
Se transformaram em longos dias de Solidão