terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Ela


Lá vem ela...
Seus passos se aproximam
Causando calores gélidos
Seus olhos me atravessam de longe
A sua rota me deixa cada vez, mas sem rumo
Minha mente tenta sem sucesso uma primeira palavra

E Ela se aproxima...
Entre os cabelos ensaia um sorriso
Parece andar sobre rosas
Tento uma expressão que retrate a sua perfeição
Mas em vão tento mover meus sentidos
Meu rosto expõe a alegria e a angústia da chegada

Ela me encontra...
Desprovido de qualquer arma secreta
Seu abraço aniquila minhas frases prontas
Sua beleza faz a complexidade se simplificar
Conjuro-me a ser alguém que a agrade
Mas só consigo ser quem sou

Ela me beija...
Meus olhos se fecham para as dores da vida
Um portal se abre para meus sonhos mais lindos
Meus olhos para uma melhor realidade, seu rosto...
Meu coração mas que acelerado não me engana
Encontrei o tesouro que minha alma procurava
O Amor...



terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Encontro


Foi dado o primeiro passo
E o abstrato hoje em forma se deu
No presente há ausência de espaço
Na desconfiança o amor renasceu

A impressão inicial foi de verdade
A prudência forjou-se em alegria
O medo em displicente amizade
Um mito se transformou em poesia

No futuro que os caminhos se juntem
Que a cumplicidade seja intensa
Quando as diferenças se fundem
O sentimento que aflora é a sentença

A Solidão é o fruto da descrença
A verdade se revela quando há entrega
No âmago da alma há renascença
Quando alguém em meus olhos se enxerga

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Fundamentos

Marchemos para o nada
Esperando que tudo se complete
Andemos para o incerto
Na fé que o que não é natural se desperte

O Amor nem sempre é correspondido
A bondade quase nunca recompensada
Os atalhos nos trazem de volta a partida
O sofrer nos eleva ao caminho da chegada

O precioso se conquista
O premio sem custo se evapora
Quem muito sabe nada entende
Quem deveras é sábio sempre aprende

Na ausência de combate não há triunfo
Na falta de distancia não existe saudade
A paixão raramente é de fato previsível
quem é perfeito não se mostra de verdade

sábado, 8 de novembro de 2008

Espera

O tempo talvez nos ajude
E a distancia traga clareza
E no gesto se mostre verdade
Pra que na hora se tenha certeza

A incerteza mora na saudade
Com medo que o sentimento esfrie
Talvez a dor esteja na vontade
Que o seu olhar de mim se desvie

Na displicência dos fatos
Deduz-se sua inevitável resposta
Em meio à ausência de atos
A esperança é o que me conforta

Nossos intentos se escondem
E nas conversas não há desfecho
Que os nossos caminhos se encontrem
Pois o sabor da espera não deixo