sábado, 16 de agosto de 2014

Dor Sob Holofotes



Surgiu e foi sem nada acontecer talvez só foi miragem
correu, chegou, mas de nada adiantou total sagacidade,
Mentiu, escapoliu, se iludiu,  escondeu-se da sua própria verdade,
Materializou o seu holograma diário e saiu a luta.
Implorou holofotes néon em suas feridas causadas pelos outros através de si,
Visitou os Sertões de sua própria alma, tentou prever um dia líquido,
Parou... se assentou, acolheu o silêncio porém confundiu reflexão com tédio.
e de que adianta o tédio tendo em mente tantas idéias inovadoras
merecedoras de aplausos e dias de Glória...
E se eu conseguir mudar o mundo?
E se minhas palavras deixarem marcas profundas em alguém?
E se esforçava em preencher e afetar de alguma forma o outro
Para ver se assim se esquecia ou até preenchia seu próprio vazio
Após loucas  e mais loucas viagens, Morreu tentando ser Mártir de sua própria história.

terça-feira, 3 de junho de 2014

O Amor Chegou na Cidade




O Amor chegou na cidade...
Mesmo despido de vaidade esperava uma recepção menos silenciosa.
Procurou uma prosa mas foi logo envolvido pela pressa,
e quem cedia espaço para algumas palavras não o reconheciam
e achavam suas idéias utópicas e retrógradas
não condizentes com os dias modernos,
o Amor até argumentou, mas não era de seu feitio ter razão.

O Amor viu que suas palavras não diziam muito
então decidiu correr para o abraço
e logo foi de imediato repelido e outra vez não entendeu tudo aquilo,
O Amor não reage muito bem a distância.

O Amor tentou agradar a todos,
mas todos o achavam diferente
 e logo o Amor viu que o diferente não pode agradar,
quem é diferente não pode ser acolhido nem acolher,
mais o amor ficou ainda mais na dúvida:
"se de fato somos todos diferentes entre si
como poderemos nos juntar?"
O amor achou a resposta mais não gostou muito dela.
O Amor não é um bom ator.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Mainha


Vai com Deus vai meu menino,
mas volta se precisar
Esse mundo engole gente e cospe oque sobrar...

Medalha de Nossa Senhora,
e terço pra cê rezar
Não anda com gente a toa mas trate de trabalhar...

Dê a vida no trabalho,
Deus vai te recompensar
Que essa vida é passageira tem o céu pra cê descansar...

Olha as ilusões da vida,
 mas  não vá se enganar
Se correr o bicho pega então fica pra cê enfrentar
Sei que a saudade aperta mais não volta sem se arrumar...

Ergue a cabeça na rua,
 e o sol pra te alumiá...
Faz tudo na luz do dia que a noite é pra descansar
Oia os rabo de saia cuidado pra não se engraçar
Aqui tem moça direita então volta pra se casar.....

Não te dei oque merecia,
 mas tentei te educar
Seu pai deixou só tristeza, Deus deu você pra me alegrar
sobe bem alto na vida que mainha há de se orgulhar
Deus ajudando a gente seu dia ainda vai chegar....


domingo, 1 de setembro de 2013

Arte


É ouvir, digerir procurar um ponto comum,
É dar voz a quem costuma falar baixinho
pois no mínimo ruído se toca na textura da paz,
e aí qualquer dialeto se compreende
qualquer voz se assemelha a sua, a minha.
Estamos juntos nessa,
A bailarina  movimenta seus dedos no velho Banjo,
O poeta e suas notas distorcidas,
O Pintor inventando novos riffs de pincel
ao perceber uma flor no seu caminho diário.
A moça transforma sua angústia em hino
e traduz oque a alma dita em voz,
E o meu palco é aonde eu piso, sinto, vejo...
aonde eu sou protagonista e figurante,
Platéia e um grande Astro,
Artista ou a própria Arte.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Ballet do Vento




E ela vai bailando dançando com a graça envolta de uma singela delicadeza solta um leve murmúrio ao ver a luz invadir a sala,
se entrega a toa bebendo cada instante do seu mundo imaginário
fazendo força pra agonia concreta não roube um segundo do seu voo,
Respira suavemente com pressa para que o tempo não passe,
Abre a Janela convidando o vento pra uma ligeira prosa, mas junto com ele urge o Barulho do agora e imediatamente seu olhar se desvia para o relógio e se esbarra no calendário, ela fecha a janela porém não existe mais silêncio e o segundo que se alongava agora está em falta.
Os pés que dançavam agora correm,e oque mais importa agora é desnecessário, e a sutileza agora é urgência, e a vida que brotava em cada sútil movimento passa a ser Passageira de uma viagem sem volta e sem graça.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Há Romance Ali...


Hei preste atenção,

Olha a forma de olhar lançado na direção dela,

Observa como seu corpo corresponde ao mesmo compasso,

Veja seus passos indecisos e os seus olhos em órbita.

Ouve sua nova música preferida,

E o sorriso voluntário ao cantarolar seu refrão,

Seu grande esforço ao tentar folhear seu melhor livro.

Olha ela...

Desenhando mil figuras no espelho,

Vestindo para si sua melhor roupa,

Caminhando em círculos com seus antigos passos de balé.

Será essa noite que esperaram há tanto tempo?

Será que é a próxima dança que irá embalar seus corações?

Será que o próximo gesto será definitivo?

Ele e seu velho medo de parecer tolo,

Ela e seu novo medo de se entregar logo,

O destino em sua velha mania de se omitir.

Mas não precisa ter um grande senso analítico

Pra perceber que ali existe Romance