quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Desarrumação

Entra e desconserta,

Destrói toda forma e todo pensamento caricato

Erradica toda fórmula pronta e extingue o caminho já traçado

Manifesta o obscuro e constrói uma estrada nova

Transforma o velho vício em coragem de fechar a porta

E a expressão de certeza em um riso inseguro

Procura tocar onde mora a ferida

E não descanse até a cicatriz desabrochar

Arranca-me da zona de conforto

Venda-me meus olhos dessas paredes brancas e dóceis

Desses quadros de cores alegres que já não me dizem nada

Desse sentimento mórbido e tão inofensivo de conformismo

Mas por favor...

Não mude, não se mova, continue nessa estrada

Continue nesse lugar seguro, sua casa

Siga questionando me fazendo sentir dor

Fazendo-me feliz